JOAQUIM MELLO E A CRIAÇÃO DA ARTMELLO
"artmello é a realização de um sonho, e eu não estou sozinho nessa empreitada (...)"
“A criação da artmello era uma questão de tempo”. Me chamo Joaquim Mello. No dia em que nasci, 7 de outubro de 1969, 10 dias após a morte do pai do meu pai, recebi uma linda homenagem: o nome de meu avô.
Mas não foi só o nome que herdei desse imigrante português e industrial calçadista. Meu avô sempre me inspirou, começando pelo amor ao clube de coração, o Vasco da Gama, e por causa da “Companhia”.
Sou filho do Quincas e neto do Seu Mello, industriais e lojistas da tradicional fábrica de calçados DNB e das lojas Polar. Se você tem mais de 35 anos, e mora no Rio, São Paulo ou Brasília com certeza já ouviu falar. É isso: minha paixão pelos sapatos vem de berço.
Cresci acompanhando meu pai ir e vir à “Companhia”, era assim que todos chamavam a Companhia de calçados DNB lá em casa. Lembro bem do cheiro marcante e sedutor todas as vezes que deixávamos meu pai na fábrica, voltando do final de semana em Teresópolis.
Apesar desse laço familiar com a fábrica e as lojas Polar, a vitrine de nossa produção, não tinha certeza sobre o meu futuro profissional. Sou velejador desde os 11 anos e essa era a minha grande paixão. Optei por estudar economia, como meu pai.
Ainda na faculdade, fui estudar na Inglaterra. Durante a viagem, meu pai me incentivou a continuar na Europa para fazer um curso de modelagem de calçados em Milão, na Itália. Não pensei duas vezes. Aos 20 anos, comecei meu aprendizado na área de calçados, minha vocação.
Voltei da Itália e já comecei a trabalhar na “Companhia” como modelista de calçados. Nunca vou me esquecer do dia em que modelei meu primeiro sapato. Fiquei horas olhando, encantado, até um dos diretores falar: ‘Agora levanta daí e vai fazer outro modelo, rapaz’. Naquele momento já estava completamente apaixonado pela modelagem e fabricação de calçados. Passei a acompanhar feiras e também a área de compras das lojas em busca de mais informações.
Em 1993, estagiei numa fábrica de calçados na Suíça Italiana. Foram 4 meses de muito aprendizado. Mas a saudade bateu, e percebi que precisava voltar para casa, e para a “Companhia”. Os anos 90 não foram fáceis. Apaixonado por calçados e pela indústria que minha família cuidava desde 1933, tive então que ajudar a fechá-la, em 1998.
Os últimos três pontos comerciais da Polar foram vendidos para a Paquetá Calçados, que me contratou. Foram 7 anos de novos conhecimentos e trabalho intenso. Em 2005, após 15 anos dedicado à fabricação e varejo de calçados, tive o prazer de ir trabalhar na Richards. Ali, conheci de perto uma das marcas pioneiras do Brasil na criação de estilo de vida.
Em março de 2008, voltei a trabalhar exclusivamente com calçados – mas agora me dedicando ao atacado. Mas um sonho antigo não me saía da cabeça: o de criar meus próprios modelos. Estava em Franca (cidade referência do setor de calçados no Brasil) visitando algumas fábricas, quando me deparei com um sapato que representava tudo o que eu sonhava e estava buscando há algum tempo. Era um sapato feminino com o conforto e construção de um sapato masculino.
Em agosto de 2008, levei este projeto para um cliente no Rio e convenci um dos meus parceiros em Franca a investir no solado. Ali nasceu o Kim, o primeiro de vários projetos de sapatos femininos diferenciados, com muito conforto porém sem perder a beleza. Comecei a ter uma vontade cada vez maior de criar produtos que expressassem o que eu realmente amo. Aos poucos, percebi que eu deveria me dedicar a este sonho.
E agora, depois de modelar, fabricar, comprar para lojas de calçados, vender no varejo e também no atacado, nasce a artmello.
artmello é a realização de um sonho, e eu não estou sozinho nessa empreitada: comigo estão a equipe artmello e a família Mello – que me ensinou o ofício e o amor pelos sapatos. Vamos com tudo artmello!
Joaquim Mello
